sexta-feira, 9 de setembro de 2011

For once in my life

Irrita-me saber que há coisas que não estão na minha mão, não é uma questão de ter o controle de tudo, mas sim, o não se saber o que vem a seguir, sistematicamente. Irrita-me não saber se vou continuar a ter emprego porque o país está de pantanas e os mesmos de sempre fazem-se valer sempre dos outros tais mesmos, irrita-me não saber se para a semana vou conseguir fazer o que eu quero porque o trabalho não deixa (essa grande aposta, que cada vez mais me parece um oásis), irrita-me não saber o que me apetece à tarde quando de manhã já a tinha a estratégia toda delineada, irrita-me indecisões, irrita-me não conseguir controlar a vontade, o desejo, a inveja, a consciência, o mal dizer, o apostar, o ser ter certezas que é desta de vou acalmar, ter certeza que um sentimento é real ou ilusão do que eu quero que seja ou anda cá e eu a desvaloriza-lo, é desta que vou encontrar o The One and Only, o se ter a certeza que amamos e somos amados, irrita-me as surpresas más...onde andam as boas?? Irrita-me chegar ao fim do dia e o sentimento de insegurança ser sempre maior ao da certeza. Há muito que sei que não é por se criar expectativas em relação a uma série de circunstâncias nas nossas vidas que elas se virão a concretizar e vamo-nos iludindo com as pessoas e o que temos à nossa volta para continuarmos a manter o sorriso e ganhar mais capacidades para enfrentar o que mais poderá vir. Irrita-me ter a vida em stand-by quando eu quero que esteja em modo de segurança. Já era o momento e a altura. Os pés no chão é importante, mas o sonho não fica atrás. A ilusão é madrasta, dá para no momento a seguir o tirar. Não há como ter mão nos nossos sonhos. Tentamos o sonho no real, mas a desilusão do fracasso no real é bem mais doloroso, então o melhor é evitar. Evita-se o sofrer a todo o custo. Evita-se a lágrima porque incha os olhos, engolem-se espinafres ao pequeno almoço para ganhar forças extra, fugimos a conversas sempre com desculpas para nós, quando o que nos distingue dos animais é exactamente o termos consciência e capacidade de comunicação superior, supostamente, o orgulho e o medo, esses sim são superiores, lembramos-nos da vida do outro que é bem pior que a nossa, da fome em África e das guerras lá fora e o nosso pequeno mundo é sempre tão insignificante perante isto que acabamos por ter o velho pensamento que poderia ser bem pior. Na realidade, é mesmo. Tudo isto faz-me lembrar as mulheres que usam um creme anti-celulite. Mascaramos durante o tempo que se usa. Assim que se deixe, ela voltará. Não há milagres. Tem de se agir de outra forma. Tem de se combater de uma forma mais pensada, criar-se mais objectivos, ter a auto estima no lugar, rir-se quando até nem se tem grande vontade disso, ir-se de encontro a tudo aquilo em que acreditamos...mas há o momento em que não se tem a capacidade. Quando o acreditar já é uma coisa relativa. Afinal de contas voltou a acontecer o mesmo. Quando o construir para a seguir construir novamente, passa a ser uma banalidade, a culpa é de quem? É do construtor ou o terreno que não era sólido? Talvez do construtor...ou com um azar do caraças que o projecto foi mal pensado?! O será que e desta, com o tempo torna-se cansativo e a adrenalina de uma nova pessoa, de um novo emprego, de um desejo há muito esperado se venha a realizar...algum dia se deixa de acreditar, por mais que as forças e o racionalismo sejam uma ferramenta de uso no dia a dia, vão deixar de imperar em algum momento. Lutamos incesavelmente para que isto não aconteça e sim, acaba por não acontecer, porque o fim de semana está a chegar, porque há um filme no cinema que nos interessa muito, porque há uma noite de copos com os amigos ou um jantar em família e injectamos ali mais uma dose de confiança até à próxima. Vivemos o verão com o pensamento presente que o Inverno está quase aí. Já nem a almofada é boa conselheira, já nem as férias organizam idéias e a sanidade mental teima em ser controlada de uma forma bastante racional. Liga-se o piloto automático e "lá vamos andando como Deus quer" Quero objectivos, quero um grande amor, quero estabilidade, quero saber com o que conto, quero surpresas boas, quero sentir que a vida existe para além do se ficar sem chão tantas vezes, quero uma ilusão real, quero ter resposta a dúvidas, quero compaixão e sorrisos cúmplices, quero objectivos cumpridos e não tapa-buracos, quero acordar e pensar que esta é a vida que eu quero. Quero dar lugar a certezas e o desejo a vontades reais. Quero um ponto final, nalgumas, de exclamação noutras em vez da interrogação ou das habituais reticências... For once in my life...I want this music became a truth

11 comentários:

lady bug disse...

Disseste tudo... ;) Beijos

o mesmo de sempre. disse...

now it's done?..(20 set)

Barmaid disse...

No. It's not done yet...

o mesmo de sempre. disse...

iand today? (13OUT?)

Barmaid disse...

Men cope poorly with intelligent women..

o mesmo de sempre. disse...

isto é um debate para se ver quem tem mais argumentos sobre "o outro lado"?..é que se for, tenho aqui uma resma deles. para nao dizer uma arroba ou uma nave logistica cheia deles.

Barmaid disse...

E achas que vale a pena este debate? Achas que vamos ter conclusões? Estou sempre aberta a debater assuntos, mesmo que não valha assim de tanto

o mesmo de sempre. disse...

creio que isto ia dar, no limite, a um "é assim mesmo que as coisas são "hoje". nós é que estamos numa época da historia que os "sonhos" e os filmes com o errol flynn e os romances do cinema dos anos 60 ja nao se vivem nos dias que correm.
hoje aqueles romances do camilo castelo branco podiam ser incendiados de infrutíferos que sao na vida das pessoas.
tudo mudou, e o Amor tb.
nao que seja bom ou mau, nós sim que temos de nos moldar perante o que é o Amor de 2011. e nao o que é o amos dos anos 80, ou 90...

energeticamente, posso-te dizer que estamos numa fase de energia cósmica em mudança extrema. agora..é esperar.e viver com isso.

Barmaid disse...

As perguntas não eram retóricas. Apenas especulaste em relação ao que eu poderia ter em mente nas respostas. O principio já está errado, quanto a mim. Claro que tudo mudou e o Amor também, o que pode ser bom ou mau como referiste. Se ambos não acreditássemos nele nem sequer estaríamos aqui a "falar" sobre teorias da vida é a minha opinião.

o mesmo de sempre. disse...

okay...era só para incendiar um pouco os pontos de vista. just that.

Barmaid disse...

Sei disso. Deixe-me que lhe diga que estes nossos diálogos são sempre agradáveis. Já vale a pena :)