Amar ou Querer ser amado

Ontem ao assistir a uma entrevista com um actor português, o jornalista comentáva (após a terceira separação do actor) o que levaria aos "fracassos" dos vários casamentos.
Ao que ele respondeu, que a explicação que encontrava, seria exactamente a forma com que ele entráva na relação. Como as pessoas entram nas relações. A predisposição que existe e da entrega de uma pessoa à outra.
Quem ganha sempre é quem se entrega, quem ama.
Facto é que o ser humano, e quanto a mim cada vez mais, quer ser amado, desejado, porque nos faz sentir bem, faz bem ao ego, porque é bom sentir e imaginar que alguém nos ama, agora o dar o peito às balas, não se está para isso.
Em alturas da tão afamada crise, eu falo em crise de valores e de sentimentos.
Numa noite a lady dizia, já ninguém vive e se entrega com paixão, assim como a P. dizia que cada vez mais estamos e somos egoístas, porque a nossa felicidade é mais importante do que a da outra pessoa.
Antes viver com uma mãozinha de fora não vá dar isto para o torto e eu é que me lixo!
Pois é, não que eu não pense de certa forma assim e não que não o diga a amigas em tom de conselho, mas será isto o correcto? Talvez não.
Quem amou de verdade foi quem se entregou certamente. Quem se deu a loucuras e devaneios, quem ligou quando a razão teimava vencer, quem foi com pezinhos de lã após um arrufo, quem deu um beijo após se ouvir algo que não caiu bem. O dar o braço a torçer, é sempre um acto de coragem e amor.
O orgulho tem o tamanho que nós lhe queremos dar.
A facilidade do dizer Amo-te, nem sempre corresponde em actos. As atitudes por vezes deitam por terra aquilo em que nós queremos e temos de acreditar, só assim se sente e deitamo-nos com toda a certeza do mundo, do amar e ser amado.
Já ninguém morre de amores, a verdade é esta. E os filmes de domingo à tarde fazem-nos sorrir e imaginar que gostaríamos sempre que a história da tela fosse a nossa realidade.
Não dependerá de nós fazer com que ela aconteça?
Será este braço de ferro que fazemos entre a cabeça e o coração e a razão, a atitude a tomar?