quinta-feira, 17 de junho de 2010

Can't always rain


Existem momentos em que pensamos que o tempo corre e nós não o conseguimos apanhar, não temos tempo para fazer tudo o que desejamos e quando damos por nós estamos na maioridade, nos vintes e de repente encontra-mo-nos nos trintas e por aí fora. E ainda bem, é sinal que embora não o gozemos da maneira que queríamos, ainda vamos estando por cá.
A idade por mais que estejamos cientes que é assim mesmo e que em todas existem vantagens e desvantagens, ficamos sempre meio aterrorizados quando acordamos de manhã e olhamos para almofada e está ali por estar, porque não existe ninguém para nela deitar a cabeça e a primeira pessoa que te dá o Bom dia é o Sr. João ao qual devolvemos o sorriso e pedimos um café, para no momento a seguir nos convencermos que é o melhor...e é, é mais fácil!
Nunca ninguém tem a vida que escolheu ou idealizou, mas tentou fazer o melhor por ela e por nós próprios.
A vantagem dos trinta quanto a mim, é a experiência que já se encontra consolidada na maioria dos casos e por vezes dar-mo-nos conta de quando temos uma daquelas conversas sérias com pessoas com menos dez anos que nós já temos o conhecimento de causa para que a cada palavra que se ouve se reflecte em nós.
Uma das coisas que aprendi na vida é que o ser humano tem de bater com a cabeça. Não há como fugir, nem que seja o melhor amigo, o pai, a mãe, o irmão, o chefe, o policia, o médico...seja quem fôr que tenha algum significado e nos tente levar por outra via, não vale o latim gasto. Temos de lá ir bater e ver pelos nosso próprios olhos que afinal podíamos ter evitado ou pelo menos ter tido opção de escolha e optar por ela.
É a condição humana e do qual não conseguimos fugir.
Pessoalmente, eu evito dar grande palestras do que acho ou deixo de achar, deixo falar e vou comentando em espaços próprios.
Não é fácil sermos completamente inertes a conversas que envolvem sentimentos, assim como não é fácil de mantermos a balança do que é razoável e do que vai dentro de cada um.
O se ter discernimento de dizer por outras palavras o que basicamente se diria num tabefe "Passa por cima dessa merda, nunca ninguém morreu disso e tu também não irás! Eu passei e como vês estou aqui!"
É complicado e requer de nós uma concentração na escolha de palavras, tanto na parte de chamar à razão como na parte da palmada nas costas.

Acima de tudo é o saber de antemão que muitas das vezes não se tomam as atitudes que nos vai muitas vezes na cabeça e não nos atirarmos de braços abertos para o que nos vai no coração, o que por vezes para uma das partes seria muito simples para a outra seria o equivalente a subir o Evarest.
Depois vem a dúvida, será que vale a pena? Será que vou ganhar mais do que o que vou perder?
Tomar-se decisões, não é nem nunca será fácil, principalmente quando implica muita coisa, muitas pessoas e os sentimentos estão lá sempre para confundir ainda mais e pregar uma rasteira quando tivemos um momento de virar a mesa....É agora!....E o mas?
Sem dúvida que será sempre um acto de coragem, para o bem e para o mal.

1 comentário:

lady bug disse...

Ao ler este teu texto fez-me lembrar uma coisa que ando a magicar há alguns dias... Esta coisa de bater a cabeça e crescer, de termos que aprender com o nossos erros. Lembro-me perfeitamente do quanto me irritava a tranquilidade com que a minha mãe às vezes me dava conselhos, pois ela já sabia à partida que eu não os ia seguir... Enfim... A angústia que a idade nos trás, ou melhor não é bem a idade mas aquilo que já tinhamos idealizado como projectos de vida nesta idade, às vezes faz-nos pensar nas escolhas que fizemos, nos caminhos que seguimos etc... Nessas alturas olho à minha volta e vejo as pessoas que me são queridas e com quem privo diariamente e pergunto-me se nessa outra vida, aquela que tinha idealizado, elas estariam lá? Não podemos ter o melhor de dois mundos é o que se diz... mas também ninguém nos impede de sonhar... e é tão bom sonhar!!!!